domingo, 2 de setembro de 2012

Fonte da Juventude - Telomerase


Nobel para a Telomerase – a enzima da imortalidade celular

Desde os anos 30 que se reconhecia uma função especial das extremidades dos cromossomas. As pontas dos cromossomas estavam protegidas por estruturas a que se deu o nome de telômeros. O ADN não é totalmente sintetizado cada vez que é de duplicado, perdendo seqüências todas as vezes que as células se dividem.

 Conseqüentemente, as divisões celulares entrariam em declínio se não se repusessem as extremidades dos cromossomas. Este problema (conhecido por “end replication problem”) foi solucionado por uma hipótese revolucionaria proposta por Liz Blackburn: talvez houvesse nas células uma enzima especializada para os telômeros que possuía o seu próprio molde. Assim, após cada ciclo de replicação de ADN, a dita “Telomerase” sintetizaria novas seqüências restabelecendo o tamanho prévio dos cromossomas.

Mas qual é a relevância deste estudo interessante vindo da ciência fundamental? A relevância veio quando se verificou que a Telomerase estava entre os fatores que distinguem as células tumorais das células normais que lhe deram origem. São extremamente raros os marcadores moleculares comuns a todos os tipos de cancro e a Telomerase é um deles. Estudos clínicos mostram que 90% de todos os tumores expressam Telomerase e provêm de células normais que não a possuíam. Assim, a Telomerase pode ser utilizada como fator de diagnóstico no despiste precoce do cancro.

Mas mais importante, a Telomerase é hoje alvo de estudo de companhias farmacêuticas que pretendem inibir a sua atividade em cancros. Possuímos vacinas e fármacos capazes de inibir a Telomerase que já demonstraram grande eficácia na inibição da proliferação de células tumorais. Esperamos com grande antecipação um tratamento que, ao contrario de quase a totalidade das terapias correntes, terá como alvo exclusivo as células tumorais, não induzindo a toxicidade generalizada no organismo humano.

Quanto ao futuro?... Teremos terapias baseadas na Telomerase para rejuvenescer o nosso corpo? Talvez... Mas com toda a segurança teremos que aniquilar primeiro o flagelo do cancro, porque esse – sem duvida – será a conseqüência da ativação desregrada da Telomerase em células normais.

Pesquisadores da Universidade do Sudoeste do Texas e da empresa de biotecnologia Geron fizeram foi usar a Telomerase para multiplicar células normais sem que estas se tornassem cancerosas.

Num estudo publicado na revista britânica "Nature Genetics", o pesquisador Choy-Pik Chiu, da Geron, relatou que as células cultivadas por ele já produziram 200 gerações, sem apresentar sinais de câncer. Em geral, as células se dividem cerca de 80 vezes. Em outro artigo da mesma revista Jerry Shay e Woodring Wright, da Universidade do Sudoeste do Texas, disseram que as células normais imortalizadas com Telomerase em seu laboratório se dividiram 280 vezes.

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